sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Casas de taipa são uma ameaça à saúde dos moradores de Cristinapolis




As casas feitas de barro que ainda hoje servem de moradia para centenas de familias do municipio de Cristinapolis estão no centro de uma questão de saúde pública.

Até hoje, elas fazem parte da paisagem do sertão. O agricultor Paulo Ferreira sempre viveu numa casa de taipa, nos povoados Taquari I e Taquari II, e  também em outros povoados do Municipio de Cristinaplis . "Estou nessa de agora, que recebi de herança e vou ficar até algum dia aparecer meio de levantar de tijolo”, contou.

Segundo o  Prefeito Municipal de Cristinapolis Padre Raimundo, ainda existem no municipio mais de 858 casas como estas, feitas de barro e madeira e ñ saber o que fazer pois o municipio não tem como fazer todas as casas.

Elas se multiplicaram nos povoado de cristinapolis, por causa do baixo custo e da facilidade para construir. "Só barro, não tem cimento”, explicou uma moradora.

O problema é que a estrutura favorece a proliferação de insetos, principalmente o barbeiro, transmissor da doença de Chagas.

"Se aquela infecção for recente, existe a cura quando ela se cronifica você vai conviver com os sintomas, vai lidar com esses sintomas e tentar prolongar o máximo possível a vida do paciente com Chagas", 

O vento, a chuva forte, tudo isso leva embora rapidamente o barro que reveste a parede das casas de taipa. Quando surgem as brechas pelo lado de fora, elas servem de moradia para o barbeiro e os buracos que aparecem acabam virando porta de entrada para o transmissor da doença de Chagas. Em Quixeré, uma dos municípios cearenses com grande número de doentes, os agentes de saúde fazem buscas ao inseto.

Dona Ramilda se mudou da casa de taipa depois que já tinha sido vítima da doença de Chagas. Ela só descobriu porque foi doar sangue. Hoje, teme pelos filhos. "Vou pedir ao médico para dar encaminhamento para fazer os exames porque a gente tem muito medo dessas coisas do barbeiro", contou.

Conseguir morar numa casa de tijolo antes de contrair a doença de Chagas é um sonho para quem ainda vive entre paredes de barro: "Se puder escolher, claro que a pessoa mora em uma casa mais segura".

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